A violência nua e crua: o pai que abusou e matou a própria filha teve o mesmo fim no centro de detenção

Imagem ilustra suspeito e vítima

Em um trágico desdobramento dos eventos, Wellington da Silva Rosas, um homem de 39 anos, envolvido no brutal assassinato de sua própria filha, foi encontrado morto no Centro de Detenção Provisória (CDP) II de Pinheiros, São Paulo. Esse incidente, ocorrido na noite da última terça-feira, dia 02 de abril, levanta sérias questões sobre a segurança e a administração do sistema prisional brasileiro.

Wellington da Silva Rosas estava preso desde março, acusado de um ato horrendo cometido contra sua filha de 18 anos, Rayssa Santos da Silva Rosas. As autoridades relatam que ele informou que estrangulou a jovem, escondeu o corpo dela em uma caixa de papelão, ordenou que fosse queimado e, posteriormente, enterrou os restos mortais em uma cova rasa próximo à avenida 23 de Maio. A prisão de Wellington ocorreu dois dias após o crime, em uma operação que chocou a cidade pelo caráter macabro e pela frieza do acusado.

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), a morte de Wellington foi resultado de asfixia, causada por um desentendimento com outro detento. Esse episódio levanta importantes reflexões sobre a violência endêmica dentro das prisões brasileiras e a necessidade de reformas urgentes.

Além do crime em si, surgiram alegações de que Wellington teria confessado que violentou sexualmente a vítima, sua própria filha, o que intensifica a gravidade do caso e destaca a necessidade de avanços significativos na gestão de perfis criminais e na proteção das vítimas de violência doméstica e sexual.

Este caso também reacendeu o debate sobre a eficácia do sistema jurídico-penal brasileiro em proteger a sociedade e prevenir a reincidência. Em um programa ao vivo do canal Investigação Criminal, realizado horas antes da data da morte de Wellington, especialistas, incluindo a delegada Ivalda Aleixo e o profissional de psicologia forense Prof. Christian Costa, discutiram as falhas do sistema e a urgência de reformas legislativas para enfrentar crimes de tal magnitude.

O Prof. Christian Costa, renomado especialista em psicologia forense e considerado um dos mais destacados profissionais da área no Brasil, já levantava suspeitas sobre as verdadeiras motivações de Wellington da Silva Rosas em ocultar o crime de forma tão brutal, carbonizando o corpo de sua vítima. 

Com uma capacidade ímpar de análise e entendimento das nuances comportamentais que compõem o perfil de criminosos, o Prof. Costa foi capaz de identificar inconsistências e sinais de falsidade nas declarações de Wellington, sugerindo que havia mais por trás do ato hediondo do que inicialmente se aparentava. 

A perspicácia e a profundidade da análise do Prof. Christian Costa contribuíram para desvendar a verdadeira natureza dos eventos que levaram à morte da jovem Rayssa Santos da Silva Rosas, trazendo à luz a realidade sombria das ações de seu pai antes mesmo da morte dele no presídio. Essa revelação não apenas ressalta a importância da psicologia forense na investigação criminal, mas também demonstra a crucialidade de se ouvir e aplicar o conhecimento de especialistas como o Prof. Costa para elucidar crimes complexos e prevenir futuras tragédias.

O Brasil demonstra um atraso notável e preocupante na implementação e utilização de um banco de perfis comportamentais criminológicos, uma ferramenta essencial na moderna investigação e prevenção de crimes. Desde a década de 1970, o FBI, dos Estados Unidos, vem utilizando essa tecnologia não apenas para solucionar crimes complexos, mas também para fundamentar políticas públicas eficazes que visam à proteção da sociedade. 

Da mesma forma, na Europa, diversos países têm empregado informações derivadas desses bancos para aprimorar legislações e reforçar a segurança pública, adaptando-se às evoluções comportamentais e às necessidades emergentes de suas comunidades. Em contrapartida, o Brasil, embora reconheça a importância dessa ferramenta, permanece significativamente atrasado na adoção de tais práticas. 

Essa lacuna, além de dificultar a solução de crimes e a aplicação de medidas preventivas, também deixa a população vulnerável a uma variedade de ameaças, sublinhando uma urgente necessidade de modernização e integração de tecnologias forenses avançadas no sistema de justiça penal do país. A falta de um banco de dados comportamentais criminológicos robusto representa uma falha crítica na infraestrutura de segurança nacional, deixando o Brasil em desvantagem tanto na arena internacional quanto na luta interna contra o crime.

O luto de Taymara Cristina, mãe de Rayssa, exemplifica a dor e o trauma irreparáveis ​​causados ​​por crimes tão bárbaros. Este caso nos obriga a confrontar a realidade perturbadora da violência doméstica e a necessidade de medidas mais rigorosas para sua prevenção e punição.

Em meio à tristeza e ao choque, surge um clamor por justiça e mudanças significativas nos sistemas prisional e jurídico. Esse incidente não apenas reflete as falhas internas das nossas instituições, mas também sublinha a urgência de abordarmos de forma mais efetiva os problemas de violência, abuso e impunidade em nossa sociedade. O momento é de reflexão e ação, para que possamos construir um sistema mais justo e seguro para todos.

Carla Albuquerque

Jornalista, apresentadora e showrunner. Sua carreira extensa é marcada por mais de 40 séries de TV produzidas e dirigidas nos mercados nacional e internacional. Carla é reconhecida como uma pioneira brasileira nos programas policiais, investigativos e criminais, conquistando grande sucesso e prestígio ao longo de sua trajetória.
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