Por Cláudia Nakazato
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O ex-vereador Paulo César Costa Franco, de 61 anos, foi assassinado a tiros na noite de segunda-feira, dia 11 de dezembro, no bairro Joaquim Pedrosa, em Teófilo Otoni, Minas Gerais. O corpo do homem foi encontrado às 21h30min, ao lado do carro que dirigia, o qual estava estacionado na porta da casa dele.
De acordo com pessoas que estavam na região, foi possível ouvir uma discussão e, em seguida, disparos de arma de fogo. Além disso, moradores ouviram o barulho de uma motocicleta saindo do local, porém não conseguiram identificar os atiradores.
Diante do ocorrido, a polícia foi acionada. Segundo o tenente da PM Welington Ferreira Gomes, a princípio não houve testemunhas oculares, apenas depoimentos de vizinhos que relataram ter ouvido os disparos:
“Não se sabe se os possíveis autores estariam de pé, se estariam em outro lugar, ou se estariam em motocicleta. Essa é uma ação ainda a ser verificada”, disse o tenente.
Horas depois do assassinato, passou a circular na internet um vídeo em que o ex-vereador – conhecido como Paulo Marreco – estaria abusando de uma criança. Na gravação, é possível ver um homem deitado em um sofá ao lado de uma criança de, aproximadamente, 3 anos.
O abusador aparece acariciando as partes íntimas do menino, que, incomodado com a situação, fecha as pernas. Com isso, o homem dá um tapa na criança, induzindo-a a abrir as pernas novamente e, então, volta a praticar os atos libidinosos.
A polícia informou que nenhuma denúncia de abuso ou importunação sexual contra Paulo Marreco foi registrada. Apesar disso, a possível ligação entre a morte do ex-vereador e o abuso não foi descartada pelos agentes policiais:
“Não podemos descartar nenhuma informação, até porque o fato aconteceu ontem. Não temos o vídeo original e a gente vai trabalhar com o objetivo de requisitar esse vídeo para poder colocar nos autos e verificar se poderia ser uma motivação”, explicou Hérika Ribeiro Sena, delegada à frente do caso.
De acordo com Sena, ainda não há informações sobre a identidade da criança nem sobre como as imagens foram gravadas e compartilhadas. A Polícia Civil solicita a colaboração da comunidade para que os agentes possam encontrar a motivação do assassinato e concluir o caso.
“Tudo vai ser analisado. Verificar quem divulgou, quem reportou esse vídeo nas redes sociais e solicitar dessa pessoa o envio original, caso tenha, desse possível desvio de conduta. Crimes contra a dignidade sexual de menores é prova para os autos, ele vai nos ajudar”, disse a delegada.
Paulo Marreco foi vereador entre os anos de 2017 e 2020. Ele tentou a reeleição no último pleito, mas não obteve sucesso. O cargo atual do homem era o de secretário parlamentar do deputado federal Bruno Faria (Avante).
A família do ex-vereador optou por enterrar Paulo sem a realização de velório, por conta da repercussão do suposto vídeo de pedofilia envolvendo o homem, que ainda circula nas redes sociais.
Investigações
As chaves do carro de Paulo Marreco foram encontradas ao lado do corpo do ex-vereador. O veículo não tinha registro no nome dele e foi apreendido para futuras verificações. A perícia recolheu 14 cápsulas deflagradas de pistolas calibres 9 e 380 milímetros.
A polícia apreendeu também seis máquinas de cartão que estavam na casa do homem. Hérika Ribeiro Sena, delegada responsável pelo caso, aponta para uma possível ligação do assassinato com um esquema de apostas, além de questões políticas.
“Era uma pessoa que atuava muito na comunidade, em associações. A gente tem que verificar todas as informações, quem esteve com ele, se tinha algum desafeto ou alguns”, disse a delegada, que pretende avaliar, ainda, se houve a prática de pedofilia e outras possibilidades.
