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Imagem ilustra os suspeitos e a vítima.

Por Mai Moreira

A Justiça de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, iniciou no dia 16 de outubro de 2023 o julgamento de Natália Ponte e Guilherme Longo, acusados de assassinar Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, em novembro de 2013.

O juiz José Roberto Bernardi Liberal está presidindo o julgamento, para o qual se reservou o tribunal do Fórum de Ribeirão Preto por 12 dias. Devido ao sigilo determinado pela Justiça, a imprensa e o público não poderão acompanhar as sessões; apenas parte dos familiares da vítima e dos réus estarão presentes. 

O crime aconteceu no dia 04 de novembro de 2013. De acordo com a investigação da Polícia Civil, o menino de 3 anos estava no quarto da mãe, Natália Ponte, e do padrasto, Guilherme Longo, assistindo a desenhos no celular. Natália estava dormindo junto ao filho recém-nascido do casal quando Guilherme tirou o celular de Joaquim, que passou a chorar. 

O padrasto, então, pegou a criança e a levou para o quarto dela. Após ser alimentado com uma mamadeira, Joaquim adormeceu. Segundo a apuração, com a criança dormindo, Guilherme pegou a caneta de insulina do menino – que era diabético – e injetou 166 doses do medicamento no pequeno. 

Após aplicar a insulina em Joaquim, Guilherme carregou o menino até o córrego Tanquinho, próximo à casa da família, e desovou o seu corpo. Na manhã seguinte, a mãe e o padrasto da criança acionaram a polícia e deram queixa do desaparecimento. O corpo de Joaquim foi encontrado cinco dias depois, a 120 quilômetros de Ribeirão Preto, nas águas do rio Pardo, em Barretos (SP).

Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), Joaquim foi jogado na água já sem vida. Porém, a acusação de superdosagem de insulina não pôde ser comprovada, visto que nenhum vestígio da substância foi encontrado no organismo da criança, pois o produto é de rápida absorção.

Guilherme Longo está sendo acusado de homicídio triplamente qualificado: motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Natália Ponte também responde por homicídio triplamente qualificado, além de omissão. De acordo com a acusação, a mãe tinha capacidade de afastar o filho do convívio com o companheiro, que apresentava comportamento agressivo. 

Guilherme está preso na Penitenciária II, em Tremembé (SP), desde 2018, depois de ter sido extraditado pela Espanha ao Brasil. Natália Ponte obteve um habeas corpus e responde ao processo em liberdade. 

Para o julgamento, foram intimadas 34 testemunhas de defesa e acusação. O processo acumulou 6.757 páginas ao longo da década.

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