Uma mulher de 27 anos e um homem de 23 anos foram presos na noite do dia 17 de novembro, depois que um menino de quatro anos, com paralisia cerebral, foi encontrado morto na casa onde morava, no bairro Santo Antônio, na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais.
A identidade dos envolvidos não foi divulgada, mas sabe-se que a mulher é a mãe do menino e o homem é o namorado dela, padrasto da criança. Conforme os registros policiais, o pai do garoto não foi ouvido pelas autoridades.
No dia dos fatos, por volta das 20h, a mãe foi alimentar o filho e o encontrou sem sinais de vida. Ela, então, acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito e alegou causas desconhecidas.
Em seguida, a suspeita contratou uma agência funerária para fazer a remoção do cadáver da criança. Porém, quando os funcionários verificaram o estado do menino, se recusaram a fazer o serviço e acionaram a Polícia Militar.
Conforme as autoridades, a criança apresentava sinais de desnutrição grave, escoriações no rosto e no corpo e larvas de mosca na pele. Além disso, a sonda estomacal pela qual o garoto era alimentado também continha larvas, e a fralda que ele usava estava suja.
Às autoridades, a mulher alegou que havia se mudado para aquela casa havia três meses. Desde então, teria solicitado acompanhamento profissional para o filho na unidade de saúde do bairro, mas disse não ter recebido retorno.
Sobre o dia dos fatos, ela relatou ter dado banho na criança pela manhã e a alimentado por volta do meio-dia. Às 15h, foi alimentar o filho novamente, mas ele estava dormindo. Com isso, foi vê-lo de novo cinco horas depois, às 20h, quando o encontrou inconsciente.
Quando questionada sobre os ferimentos no corpo do garoto, a mulher não soube explicar.
Os policiais que atenderam a ocorrência consideraram que ela tinha consciência do estado da criança e foi negligente, autuando-a por homicídio qualificado. Não foram divulgados detalhes sobre a conduta do padrasto do menino, mas ele foi preso junto da namorada e, assim como ela, encaminhado à delegacia.
A suspeita ainda relatou às autoridades que, há cerca de um ano, outra filha sua morreu. Era uma bebê de seis meses, que teria sufocado durante a amamentação.
Além das duas crianças falecidas, a mulher tem mais três filhos, de nove, oito e um ano. Eles foram encaminhados a um abrigo e estão sob os cuidados do Conselho Tutelar.
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Por Isabel Bergamin Neves
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