Por Mai Moreira
O corpo da menina Lana, de 8 anos, desaparecida desde o dia 13 de setembro, foi encontrado sem vida na última quarta-feira, 20 de setembro, dentro de um poço no Jardim Lucélia, na zona sul de São Paulo, a 500 metros da casa da criança.
A menina estava vestindo as mesmas roupas do dia do desaparecimento: uma camiseta larga rosa e um short do tipo legging.
De acordo com o delegado do caso, Alessandro Amorim, há indícios de que Lana tenha sido morta no mesmo local em que foi encontrada. Novos detalhes sobre o caso não foram divulgados pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o desaparecimento e morte da menina.
Lana desapareceu durante a noite. A mãe deixou a menina e os irmãos sozinhos enquanto foi a um mercado no bairro. Ela estava assistindo TV com o irmão de 15 anos, que por um minuto de descuido, não viu Lana saindo de casa.
Vídeos de segurança registraram as últimas imagens da menina viva ao lado do vizinho de 13 anos, que a encontrou no portão de sua casa, como se o encontro tivesse sido combinado. Após 38 minutos, o menino retorna, mas sem a companhia de Lana.
O adolescente foi ouvido e negou ter visto Lana naquela noite. Após ser confrontado pelas imagens das câmeras de segurança, o menino mudou a sua versão, dizendo que teria vendido a menina por R$100 para um homem da comunidade, conhecido como Cicatriz.
O jovem, apontado como principal suspeito da morte de Lana, foi ouvido, mas negou as acusações. Depois do depoimento, o vizinho da menina foi ouvido novamente e mudou mais uma vez o seu depoimento. O garoto alegou ter vendido a menina para três homens que estavam dentro de um carro, e que o irmão da vítima era um desses homens.
A mãe, o irmão e outros familiares da menina foram conduzidos à delegacia para prestar depoimentos. O irmão de Lana nega estar envolvido em seu desaparecimento.
Os irmãos de Lana estão sob a tutela do estado, pois a mãe estaria negligenciando as crianças. De acordo com a vizinha dos fundos, a mãe de Lana foi vítima de violência doméstica pelo pai das crianças, que foi executado com 17 tiros e possuía uma vida muito difícil.
Em entrevista à Band, o avô do menino de 13 anos diz que acredita que seu neto saiba mais coisas, mas esteja com medo de falar.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, por meio de nota, que a investigação continua. “O fato foi registrado pela 1ª Delegacia da Divisão de Homicídios do DHPP, que apura o envolvimento de um adolescente no crime, bem como atua para esclarecer todas as circunstâncias relativas aos fatos”.
