Por Mai Moreira
O ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, foi preso preventivamente no dia 04 de novembro, na capital federal, a pedido dos promotores do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap/MPDFT), com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPDFT) e do Centro de Inteligência (CI/MPDFT).
Cândido foi denunciado por perseguir a sua ex-amante e utilizar a estrutura da corporação para a ação. A Corregedoria da Polícia Civil acompanhou a operação, na qual foram apreendidos celulares e aparelhos eletrônicos e foi cumprido o mandado de prisão preventiva, porém o órgão não quis comentar o caso.
O Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras decretou a prisão e o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão, nos quais um dos alvos é a 19ª Delegacia de Polícia (DP), de Ceilândia.
Foram colhidas provas que apontam a existência dos crimes de interceptação telefônica ilegal, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, invasão de dispositivo de informática e descumprimento de medida protetiva de urgência.
De acordo com a investigação, a empresa Cognyte foi utilizada pelo delegado-chefe da 19ª DP, Thiago Peralva Barbirato, para inserir ilegalmente o número de telefone da vítima em uma interceptação telefônica que estava em curso em uma das Varas de Entorpecentes do Distrito Federal.
A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Divisão de Comunicação, informou que não possui contrato ou acesso a qualquer sistema da empresa Cognyte.
As investigações também apuraram que os agentes públicos suspeitos promoveram de forma ilegal a interceptação telemática da mulher, monitorando a sua localização em tempo real pelo sistema VIGIA, a fim de praticarem os crimes de stalking e violência psicológica.
O ex-diretor-geral havia sido afastado do cargo no dia 02 de outubro deste ano, após outras acusações de violência contra a mulher, e ele, então, se demitiu do cargo, alegando problemas pessoais.