Ao longo dos meses de outubro e novembro, o bairro de Higienópolis, no Centro de São Paulo, tem sido palco de uma quadrilha de ladrões que se disfarçam de judeus para entrar em condomínios de luxo e roubar os apartamentos.
Até o momento, as autoridades identificaram três furtos efetivos e cinco tentativas, sendo a primeira no dia 04 de outubro, e a mais recente no dia 02 de novembro.
A Polícia Civil tem investigado os envolvidos e o modus operandi dos assaltos. Segundo o delegado à frente do caso, Guilherme Sabino, os bandidos se equipam com vestimentas tradicionais da religião judaica e se apresentam na portaria de prédios como moradores ou amigos de moradores.
Como o bairro de Higienópolis é conhecido pela forte presença da comunidade judaica, os assaltantes têm a entrada liberada. Dentro dos condomínios, usam chaves de fenda para arrombar a porta de apartamentos vazios, dos quais roubam itens de valor, como joias, relógios, dinheiro em espécie e até placas de ouro.
Segundo os investigadores, o grupo segue uma estratégia para praticar os roubos. Antes de agir, eles vão ao local e analisam a estrutura do condomínio. Suspeita-se até que, em uma das ocasiões, tenham alugado um apartamento em um dos prédios, para estudar o furto.
Durante o roubo, uma parte do grupo permanece parada na rua, monitorando a movimentação local. Além disso, outra parte aguarda em carros estacionados pela região, dando cobertura para a fuga dos ladrões.
Por meio de imagens de câmeras de segurança, a polícia conseguiu identificar três suspeitos. No dia 05 de novembro, os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de um deles, onde encontraram um simulacro de arma de fogo, uma capa de colete balístico, uma peruca, um tablet, algumas semijoias e celulares.
Identificou-se que os suspeitos postaram fotos com os itens roubados nas redes sociais, e esses registros foram anexados à investigação.
Ainda, descobriu-se que uma das tentativas de roubo foi impedida pelo porteiro de um dos prédios. Com isso, os criminosos entraram em luta corporal com o homem, configurando lesão corporal.
O delegado Guilherme Sabino afirmou que pretende reunir mais evidências sobre o caso, para, assim, pedir a prisão temporária dos suspeitos identificados.
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Por Isabel Bergamin Neves
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