Um homem de 32 anos, pai de um aluno de 4 anos da Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, situada em Campo Grande (MS), foi encaminhado à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), no dia 11 de março, após agredir a diretora da instituição, de 69 anos, e uma menina negra, de 4 anos, também aluna da escola, que teria abraçado o seu filho.
A agressão foi registrada por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver o momento em que o homem adentra o pátio da escola e empurra a menina. A Guarda Civil Metropolitana foi acionada e encaminhou os envolvidos à Depca, onde foi registrado um Termo Circunstancial de Ocorrência.
Conforme consta no termo, o suspeito chegou à escola com o filho por volta das 7h. O filho do homem entrou na instituição, e o pai ficou observando do lado de fora. A menina, então, se aproximou do filho do suspeito e o abraçou.
Ao ver essa cena, o homem ficou nervoso e pediu para entrar no local, a fim de afastar as crianças, porém foi impedido pela diretora da instituição, visto que os pais não são permitidos no pátio da escola.
Após a recusa da mulher, segundo o depoimento da diretora, o homem segurou o braço dela e a empurrou, abrindo espaço e adentrando a escola à força. No pátio, ele empurrou a menina, pegou o filho no colo e saiu.
Segundo o depoimento do suspeito, o filho possui fobia de toque e, por isso, ele teria pedido à monitora e à diretora da escola para que afastassem as duas crianças, porém, como não foi atendido, ele entrou no local e os separou. O homem diz que se arrependeu da atitude ao sair da instituição com o filho e, por esse motivo, voltou e procurou a diretora.
A mulher alegou em seu depoimento que, no momento em que o homem retornou e foi até a sala dela, ele disse para o filho agredir a menina caso ela se aproximasse novamente.
A advogada da família da menina empurrada, Lione Balta, afirmou que as duas crianças possuem um bom convívio e levantou a hipótese de um crime de racismo, devido à apuração de postagens nas redes sociais do agressor com apologias ao nazismo, possuindo também uma publicação que diz: “Morte à negrada”.
De acordo com a advogada, a família e a menina estão muito abaladas, e a criança será transferida para outra escola. “É um vídeo chocante, sem explicação plausível para o que aconteceu”, finaliza Balta.
A polícia apenas informou que os fatos estão sendo averiguados pela Depca e que o suspeito foi orientado a buscar ajuda médica para o filho, a fim de confirmar se a criança de fato possui distúrbios.
Por meio de nota, a Secretaria de Educação informou que “presta apoio e solidariedade aos alunos envolvidos e repudia todo e qualquer ato de violência de qualquer natureza e contribuirá com os órgãos competentes na apuração do caso”.
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Por Mai Moreira
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