O brasileiro Alexandre Hideaki Miura, de 46 anos, conhecido como Bu-Yan ou “Jumbo” no Japão, foi preso no dia 10 de março, na zona leste de São Paulo, após ter sido condenado pelo sequestro e pela morte de um empresário no Japão, em 2001, crime que teve envolvimento da máfia japonesa Yakuza.
Ele foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por participar do crime que vitimou Harumi Inagaki, em Nagoya, no Japão. A vítima também possuía envolvimento com a máfia e foi morta por vingança, devido a desavenças com a organização criminosa.
Harumi foi sequestrado pelos criminosos, que se disfarçaram de trabalhadores da construção civil. O homem foi agredido com tacos de beisebol e golfe, chaves de roda e pés de cabra, depois, foi morto com dois tiros. A esposa dele, Takako Katada, também foi baleada, sendo atingida no pescoço, porém sobreviveu.
A vítima teve o corpo concretado dentro de um barril, que foi lançado em um rio da cidade, sendo descoberto pela polícia japonesa após a confissão de um dos suspeitos. Enquanto Harumi estava desaparecido, os criminosos extorquiram a família dele, pedindo dinheiro de resgate.
O crime contou com quatro brasileiros e cinco japoneses pertencentes à Yakuza. Dos cinco japoneses acusados, apenas Kasuyua Kyotani foi condenado e está preso no Japão. As autoridades japonesas identificaram dois dos brasileiros suspeitos, sendo eles Marcelo Yokoyama, conhecido como Indian, e Alexandre, que fugiram para o Brasil após o crime.
A legislação brasileira não permite que brasileiros condenados sejam extraditados, por isso, em 2017, as autoridades japonesas realizaram um pedido de cooperação internacional, enviando o processo traduzido a fim de que a investigação contra os suspeitos prosseguisse em São Paulo pela Polícia Federal (PF), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Justiça Federal (JF).
Os dois suspeitos foram detidos em 2017 no Brasil, mas logo passaram a responder ao processo em liberdade, após a defesa ter entrado com recursos. Porém, de acordo com a matéria divulgada pelo g1, Marcelo voltou a ser preso no mesmo ano, por decisão judicial, enquanto Alexandre permaneceu foragido.
Em julho de 2022, os dois foram condenados pela Justiça Federal a 30 anos de prisão pelo envolvimento no crime. Em depoimento, Alexandre alegou que participou do crime por ter sido coagido pela máfia, não tendo conhecimento prévio da ação.
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Por Mai Moreira
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