Jovem é assassinado após ir a encontro marcado por aplicativo

Imagem ilustra a vítima

Leonardo Rodrigues Nunes, de 24 anos, foi morto a tiros no dia 12 de junho, após ir a um encontro marcado por um aplicativo de relacionamento gay na Vila Natália, na região do Sacomã, na zona sul de São Paulo. Apesar de amigos e familiares afirmarem ter se tratado de um crime de homofobia, a delegada do caso indicou que não há indícios de crime de ódio.

O encontro foi marcado no dia anterior, por meio do aplicativo Hornet, exclusivo para relacionamento entre homens. Por volta das 23h do dia 12, Leonardo saiu de sua casa, no Cambuci, no Centro da cidade, para ir ao local combinado. Quando chegou à região do Sacomã, foi abordado por dois homens em uma moto e baleado.

Como precaução, o jovem havia compartilhado a sua localização com amigos, chegando a brincar que, se não retornasse até as 2h, eles deveriam acionar a polícia.

Em determinado momento, Leonardo parou de responder a mensagens, o que preocupou os seus amigos. Quando foram procurar pelo perfil do homem que iria se encontrar com ele, verificaram que havia sido excluído. Com isso, registraram um Boletim de Ocorrência de desaparecimento e rastrearam o celular da vítima, que foi localizado na favela de Heliópolis, também na zona sul.

Durante as buscas, os amigos foram informados sobre a entrada de um jovem baleado no Hospital Ipiranga, a cerca de 2 km de Heliópolis, verificando que se tratava de Leonardo.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, o jovem foi baleado após reagir a uma tentativa de assalto, por volta das 23h30, quando a polícia foi acionada. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital com vida, mas acabou falecendo no local.

Amigos e familiares acreditam que tenha se tratado de um crime de ódio, argumentando que um mero roubo não tiraria a vida de qualquer pessoa. “Ele morreu porque ele era gay. A gente está vivendo em um mundo de ódio. Mas é um ódio que é direcionado”, afirmou o pai de Leonardo.

Em contrapartida, as autoridades que investigam o caso afirmam que não há indícios de que o crime tenha sido motivado por homofobia, conforme afirmou nesta segunda-feira, dia 17, a diretora do DHPP, delegada Ivalda Aleixo. A Polícia Civil suspeita de um “golpe do amor”, em que criminosos marcam encontros por aplicativos para praticar assaltos, mas, como Leonardo reagiu, acabou sendo baleado, conforme a hipótese das autoridades.

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Por Isabel Bergamin Neves
Contato: maimoreira@newsic.com.br

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