Caroline Reis Rech, de 30 anos, e Mariana Araújo, de 26 anos, dona e funcionária de uma creche denunciada por submeter crianças a situação de maus-tratos na cidade de Naviraí (MS), em 2023, tiveram as suas prisões mantidas pela Justiça. Também foi determinada a data para os depoimento das acusadas e das crianças.
A audiência das duas acusadas foi marcada para o dia 30 de abril, na qual elas também serão ouvidas como testemunhas. A Justiça determinou que nos dias 2, 9, 16 e 23 de abril sejam agendados os depoimentos de sete crianças que estudavam na creche “Cantinho da Tia Carol”, que receberão escuta especializada, sob a supervisão dos pais, seguindo a lei.
O crime foi identificado em julho de 2023, quando uma escola municipal acionou o Conselho Tutelar devido ao comportamento apresentado por uma das crianças. Segundo o depoimento da menor, que não foi vítima, ela viu Caroline agredir os bebês.
A partir da denúncia, a investigação foi iniciada e a equipe da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Naviraí conseguiu autorização judicial para instalar equipamentos de monitoramento por áudio e vídeo na creche.
Segundo a polícia, a proprietária do local foi flagrada agredindo fisicamente uma bebê, de 11 meses. A mulher pega brutalmente a criança, após a mesma se deslocar de uma posição, e joga a menina no local em que estava anteriormente.
Com esse ato, a criança começa a chorar e é novamente jogada ao colchão. A mulher ainda castiga a criança com tapas e chama a bebê de “sem vergonha”, dizendo que quando a menina começasse a andar, ela e a Mariana “estavam lascadas”.
Caroline também foi flagrada batendo a cabeça de uma das vítimas contra o sofá e colocando um pano na boca dela, com o intuito de que a criança parasse de chorar para que a mulher assistisse televisão.
De acordo com o delegado Thiago José Bastos da Silva, a polícia teve que agir rápido, visto que as crianças não poderiam mais ficar expostas às agressões. Por esse motivo, a abordagem foi efetuada no primeiro dia de investigação.
As suspeitas, detidas desde 10 de julho de 2023, permanecerão presas sob o argumento da Justiça de que não há novos elementos que justifiquem a revogação da prisão preventiva.
Elas respondem pelos crimes de tortura, contra 13 crianças, maus-tratos, contra 7 crianças, e exposição da saúde a perigo, contra 14 crianças.
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Por Mai Moreira
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