Após uma intensa busca que se estendeu por quase duas décadas, a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), em colaboração com o Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o sistema judiciário, finalmente capturou Tânia Djanira Melo Becker de Lorena, de 59 anos, no dia 11 de maio. A mulher estava foragida desde fevereiro de 2007, acusada de envolvimento no assassinato de sua filha, Andréa Rosa de Lorena, de 23 anos.
O crime hediondo aconteceu durante um almoço familiar na cidade de Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba (RMC) quando, segundo a denúncia do MP-PR, Andréa foi asfixiada até a morte na presença de sua mãe e do padrasto, Everson Luís Cilian, de 54 anos, que também foi preso.
O processo de investigação revelou a persistente tentativa das autoridades em localizar Tânia desde sua fuga após o crime. Mesmo com medidas como ações policiais e solicitações a empresas de serviços básicos, como telefonia e fornecimento de água e luz, seu paradeiro permaneceu desconhecido.
Enquanto isso, mesmo ausente, Tânia foi formalmente denunciada pelo MP-PR por homicídio triplamente qualificado em dezembro de 2007. A denúncia foi aceita pela Justiça, mas o processo permaneceu suspenso devido à condição de foragida da acusada.
Depois de uma investigação minuciosa e denúncias anônimas incentivadas pelo programa Linha Direta, da TV Globo, as autoridades conseguiram rastrear Tânia até Marilândia do Sul, no norte do Paraná, onde ela estava se apresentando sob uma identidade falsa, utilizando o nome de Lurdes, conforme relatório da Polícia Militar (PM).
Devido ao mandado de prisão em seu desfavor, Tânia foi encaminhada diretamente ao sistema prisional da regional de Londrina, sem prestar depoimento à polícia. Sua defesa, no entanto, reiterou sua inocência, destacando que “o tempo e o processo irão revelar a verdade dos fatos”.
A prisão de Tânia foi recebida com alívio pela família da vítima, como afirmou a advogada Taís de Sá, representante do viúvo de Andréa, Juliano Saldanha.
Seu esposo, Everson Luís Cilian, também foi denunciado pelo mesmo crime e, após sua prisão em 2022, tornou-se réu em 2023. O Tribunal de Justiça do Paraná informou que ele enfrentará julgamento pelo júri popular na próxima quarta-feira (15), no fórum de Campina Grande do Sul, cidade onde o caso tramita.
Apesar das acusações, a defesa de Everson reiterou sua inocência e expressou confiança no devido processo legal. A tragédia de Andréa de Lorena, que deixou dois filhos órfãos, continua ecoando nos corredores da justiça, enquanto a busca pela verdade dos fatos permanece no centro das investigações.
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Por Mai Moreira
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