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Imagem ilustra o golpista

Por Mai Moreira
Contato – maimoreira@newsic.com.br

No centro de um escândalo financeiro, o estelionatário Marlon Gonzalez Motta, conhecido como “playboy da bitcoin”, enfrenta acusações sérias do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). Com 24 anos, Marlon é acusado de lesar vítimas em diferentes estados brasileiros, prometendo lucros surreais no mercado financeiro.

O MPDFT apresentou duas denúncias contra Marlon, sendo uma delas aceita pela 3ª Vara Criminal de Taguatinga, transformando o suposto megainvestidor em réu. Até o momento, a Justiça não se manifestou sobre as demais denúncias. O caso envolve vítimas em São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.

Marlon, à frente da empresa M3 Private, atraía investidores com promessas de lucros entre 1% e 3% ao dia, algo que ultrapassa os ganhos comuns na Bolsa de Valores. Usando um discurso persuasivo, o golpista convencia suas vítimas a realizar transações envolvendo bitcoins, assegurando que um robô realizaria operações infalíveis, garantindo lucros exorbitantes.

No entanto, as vítimas enfrentaram prejuízos significativos, variando de R$ 50 mil a R$ 600 mil. Nove pessoas, incluindo advogados que representam um grupo chinês de investidores, já acionaram a Justiça, mas há milhares de outras vítimas, que arcam com prejuízos entre R$ 20 mil e R$ 400 mil.

Marlon, que ostentava uma vida luxuosa nas redes sociais, já foi sequestrado e espancado em Morro de São Paulo, na Bahia, supostamente por empresários que também foram vítimas do playboy. Em um dos processos, Marlon foi condenado em 1º instância a devolver os valores integrais a duas vítimas e enfrentar 1 ano de reclusão, em uma decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Autointitulado como uma mistura dos personagens dos filmes Prenda-me se for capaz e O Lobo de Wall Street, Marlon se equipara a uma figura de Hollywood. Assim, sua vida regada a álcool, festas e mulheres é muito ostentada nas redes sociais.

Além das acusações financeiras, Marlon enfrenta denúncias de agressão por parte de sua ex-namorada. Ela relata cárcere privado, ameaças com arma de fogo e agressões físicas e verbais praticadas por ele durante os dois anos de relacionamento que tiveram. 

Atualmente, Marlon opera um site que vende softwares, sistemas de pagamento e soluções de nuvem. Curiosamente, a empresa oferece produtos para “invasões”, supostamente apenas para governos. Um vídeo bizarro de mulheres na praia, usado para promover a empresa, levanta questionamentos sobre as atividades obscuras de Marlon.

Entre as vítimas está Humberto, um analista financeiro e trader que sofreu um prejuízo de R$ 20 mil. Humberto, que conhecia Marlon por frequentar os mesmos eventos sociais, descreve o golpista como alguém com um poder incrível de persuasão. Apesar do prejuízo, Humberto não pretende processar Marlon, aceitando a perda financeira.

O caso de Marlon Gonzalez Motta revela uma teia complexa de enganos, prejuízos financeiros e uma vida extravagante, deixando as autoridades e vítimas em busca de justiça e ressarcimento. O desenrolar desse escândalo promete revelar mais detalhes sobre as atividades duvidosas do chamado playboy da bitcoin.

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