Por Mai Moreira
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Márcio Antônio Souza Júnior, um médico de 38 anos, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 300 mil por cometer racismo contra um funcionário negro, que foi filmado acorrentado pelos pés, pelas mãos e pelo pescoço em uma fazenda na cidade de Goiás, em 2022.
A condenação saiu no dia 28 de novembro deste ano, e a defesa do médico afirma que ele é inocente e irá recorrer da condenação. Em nota, a defesa alegou que o réu “não teve qualquer intenção de ofender, menosprezar, discriminar qualquer pessoa ou promover esse tipo de atitude, inaceitável em nossa sociedade”.
O crime aconteceu no dia 15 de fevereiro de 2022, na Fazenda Jatobá. A vítima trabalhava para o médico como caseiro e recebia um salário mínimo. De acordo com a investigação, Márcio encontrou as correntes na igrejinha da fazenda e colocou no homem, gravando um vídeo pelo celular, que foi publicado nas redes sociais.
No vídeo, o réu diz: “Falei para estudar, mas não quer. Então vai ficar na minha senzala”. Após o conteúdo viralizar, o médico publicou outro vídeo, dizendo que não teve intenção de ofender. Entretanto, o caso foi investigado pela Polícia Civil, que indiciou o homem por racismo em março de 2022.
A condenação do médico foi expedida pela juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante, da Vara Criminal da comarca de Goiás. A juíza decidiu que o valor de R$ 300 mil será dividido entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas, e ressaltou que racismo é crime, e não uma brincadeira.