No dia 07 de junho, um menino de 7 anos morreu de desnutrição em Lagoa Santa, na Grande BH, depois de ter ficado seis dias sem se alimentar. A criança chegou a dar entrada na Santa Casa do município, e os médicos acionaram a Polícia Militar ao constatar o estado do garoto, que faleceu no local.
A mãe do menino, de 27 anos, e o padrasto, de 19, foram presos em flagrante por maus-tratos, com agravante pelo fato de a vítima ser menor de 14 anos e ter resultado em morte.
A criança morava com o casal e mais três irmãos, filhos da mulher. O padrasto confessou que não alimentava o menino como castigo, alegando que ele comia demais e não sobrava para as outras crianças. A mãe disse aos policiais que não gosta de falar sobre o assunto, mas revelou que já viu o filho se alimentando de comida de cachorro.
Segundo os agentes que atenderam à ocorrência, a vítima estava extremamente desnutrida, “só pele e osso”, conforme relatou um dos policiais.
Um vizinho da família prestou depoimento à polícia, relatando que acompanhava a situação da família. Ele disse que passou um tempo com os filhos da mulher e se preocupava com a magreza das crianças, especialmente do menino em questão.
O homem contou que tentou levar a vítima ao hospital ou à escola, para que recebesse atendimento e pudesse se alimentar, mas era impedido pelo padrasto, que alegava que o menino estava abatido por estar doente.
O vizinho disse que o garoto parecia estar traumatizado, repetindo que estava com medo das punições do padrasto por comer demais. O homem ainda relatou que, ao dar banho na criança, conseguia ver as veias, as costelas e o coração marcados na pele, de tão magra que estava.
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Por Isabel Bergamin Neves
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