No dia 22 de novembro, ocorreu a primeira audiência para tratar da morte de Dinorá Cardoso, uma idosa brasileira de 79 anos que morava em Massachusetts, nos Estados Unidos.
A vítima morreu em um hospital, em 19 de maio de 2023, dois dias depois de ter sido encontrada em condições extremamente degradantes na casa onde vivia. A idosa estava grudada em um colchão com baratas, percevejos e fezes.
Ela morava com a filha, Eva Cardoso, de 53 anos, e a neta, Kayla Cardoso, de 31 anos. Além disso, recebia atendimentos regulares da enfermeira Lisa Hamilton, de 64 anos.
A condição de Dinorá foi constatada por socorristas de emergência, que foram acionados por sua filha. A causa da morte foi apontada como fasciíte necrosante, uma infecção grave e rara, causada por bactérias que agem em ferimentos contaminados.
Antes de morrer, Dinorá precisou passar por um procedimento cirúrgico para ser separada do colchão.
O caso motivou uma investigação policial, que terminou por acusar a filha, a neta e a enfermeira por negligência, furto e fraude.
Eva, a filha, foi acusada também de homicídio doloso. Foi apurado que ela recebeu um seguro de US$ 140 mil para atuar como cuidadora da mãe, valor que equivale a mais de R$ 800 mil. Na ausência dela, Kayla estava designada como responsável pela avó.
Porém, conforme as investigações, a idosa, que sofria de diabetes, não teve a doença controlada e foi deixada abandonada na cama por semanas.
Além disso, na semana anterior à descoberta do estado de Dinorá, Lisa, a enfermeira que acompanhava a condição dela, teria feito um relatório de visita dizendo que a paciente estava “limpa, bem cuidada, alerta e com a diabetes controlada”, não mencionando as feridas ou a presença de insetos no colchão.
Na primeira audiência, as três suspeitas se declararam inocentes de todas as acusações. O próximo tribunal está marcado para o dia 15 de janeiro de 2025.
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Por Isabel Bergamin Neves
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