Iracema Aparecida Freiberger, de 61 anos, foi morta pela própria filha com um golpe de facada no pescoço, por volta das 12h do dia 21 de maio, na rua Virginiano Dal Piaz, no bairro Tamanduá, na cidade de Ascurra (SC). Segundo relatos de uma vizinha, a vítima já temia pela própria vida.
Um dos netos de Iracema, que presenciou o crime, acionou os Bombeiros Voluntários da União, mas a vítima não resistiu aos ferimentos, apesar das tentativas de reanimação pela equipe da aeronave Arcanjo dos Bombeiros Militares.
Em entrevista à NDTV, Marisa Heckler, amiga íntima de Iracema há mais de oito anos, revelou que as duas haviam planejado tomar chimarrão naquela tarde. Emocionada, Marisa contou que Iracema temia a filha, Jucelaine Valente Amorim, de 36 anos, que foi presa em flagrante pela Polícia Civil.
De acordo com a polícia, Jucelaine cometeu o crime na frente de um de seus filhos, um adolescente de 17 anos. O Conselho Tutelar assumiu a tutela do jovem, que agora está sob os cuidados de uma tia.
A vítima havia instalado câmeras de segurança em casa para monitorar a filha, e uma dessas câmeras registrou o momento do assassinato. As imagens foram recolhidas pela polícia para investigação.
Marisa afirmou que a amiga já imaginava os riscos, pois Jucelaine frequentemente fazia ameaças. “Ela tinha medo, se trancava dentro do quarto e colocou câmeras para ficar de olho na filha”, disse Marisa. A suspeita estava desempregada, e constantemente mudava de comportamento na presença da mãe.
Segundo a Polícia Civil, Iracema já havia registrado Boletins de Ocorrência contra a filha, mas nunca levou as denúncias adiante. O delegado Antonio Godoi informou que a relação entre a mãe e a filha era complicada, e que a vítima suportava os abusos para evitar que a filha se envolvesse com drogas. Além do adolescente, a suspeita tem outros três filhos, gêmeos pequenos e uma criança de três anos, cuja guarda estava em disputa judicial antes do ocorrido.
A suspeita havia sido intimada pela Justiça no dia 20, após ter perdido a guarda do filho para Iracema. A polícia investiga se esta pode ter sido a motivação do crime. Jucelaine poderá ser julgada por homicídio qualificado por motivo torpe, com agravantes de feminicídio e violência doméstica, além de ter sido praticado contra uma pessoa idosa e na frente de um menor de idade, o que pode aumentar a pena para mais de 30 anos.
A polícia encontrou a arma do crime no local e a apreendeu. As investigações continuam a fim de esclarecer todos os detalhes do caso. Após a prisão em flagrante, Jucelaine foi encaminhada ao presídio regional de Blumenau, e passará por audiência de custódia.
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Por Mai Moreira
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