O caso Jeniffer: justiça é feita após longo processo judicial

Na imagem vemos vítima e suspeito

Um dos casos mais chocantes da cidade de Maringá (PR) chegou ao seu desfecho, após um longo processo judicial, quando Carlos Alberto Dias da Silva, conhecido como “Lin”, foi condenado a 29 anos e 6 meses de prisão em regime fechado, no dia 27 de julho de 2022. O caso envolve a morte trágica de Jeniffer Tavares Mologni, uma jovem de 16 anos que desapareceu em maio de 2019 e foi encontrada morta dias depois.

Jeniffer, nascida em 1º de outubro de 2002, era uma estudante dedicada do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes. Sua paixão por medicina veterinária e o seu carinho pelos animais eram conhecidos entre amigos e familiares. A jovem vivia no tranquilo bairro Vila Morangueira, na zona norte de Maringá, junto com sua mãe, sua irmã mais nova e o seu padrasto.

A tragédia começou a se desenrolar na noite de 04 de maio de 2019, um sábado, quando Jeniffer saiu para se divertir com amigos e não retornou no horário esperado. Sua mãe, Carla, preocupada com o comportamento atípico da filha, registrou o desaparecimento na delegacia. As buscas tiveram início, e as pistas começaram a surgir a partir de imagens de câmeras de segurança da cidade.

Jeniffer foi vista em diversos locais, incluindo bares, uma tabacaria e uma festa nas proximidades do bairro Jardins Monet. O desfecho trágico se aproximou quando a polícia identificou um carro preto, um Gol modelo G5, com placa de São Paulo, que esteve presente nos locais onde a jovem foi vista pela última vez. As câmeras de um posto de gasolina revelaram que Jeniffer estava acompanhada por Carlos Alberto Dias da Silva, dono do veículo.

O desespero da família aumentou quando, após sair do posto, o carro foi filmado entrando em um motel na cidade de Paiçandu. As imagens mostravam um comportamento suspeito do motorista, que tentava evitar que os funcionários do motel vissem o interior do carro. A esperança de encontrar Jeniffer com vida persistia, até que, na terça-feira, o corpo dela foi descoberto no final da avenida Mandacaru, em um local pouco movimentado chamado Monte Sinai.

O caso ganhou notoriedade nas mídias locais, e a comoção da comunidade foi evidenciada pelos colegas de classe da jovem, que realizaram um ato simbólico em sua homenagem. As investigações avançaram, e Carlos Alberto e seu irmão, Roberto Dias da Silva, foram indiciados. Roberto, no entanto, foi inocentado após explicar que sua participação no caso se limitou a recolher os pertences no motel a pedido de Carlos Alberto.

Carlos Alberto teve sua prisão temporária decretada e foi capturado na BR-376, próximo à cidade de Mandaguari. O laudo necroscópico revelou que Jeniffer morreu por traumatismo craniano, asfixia mecânica por esganadura e sofreu violência sexual. Em depoimento, o acusado apresentou uma versão controversa, alegando que a morte ocorreu por overdose durante a visita ao motel.

Entretanto, as autoridades notaram inconsistências no relato do suspeito. Exames toxicológicos revelaram que Carlos Alberto estava sóbrio na ocasião, enquanto Jeniffer testou positivo para cocaína e álcool, o que levou a polícia a concluir que o objetivo do acusado era dopar a vítima para abusar sexualmente dela. Testemunhas indicaram que ambos se conheceram alguns dias antes da festa e que, na ocasião, Carlos Alberto já havia convidado a garota para sair com ele no fatídico sábado, corroborando a tese de que ele planejou o crime.

A reconstituição dos fatos, realizada com a presença de familiares, advogados e duas jovens com características semelhantes às de Jeniffer, não teve acesso público. O julgamento, marcado por mais de 13 horas de deliberações, resultou na condenação de Carlos Alberto Dias da Silva por homicídio qualificado, estupro de vulnerável, ocultação de cadáver e fraude processual.

A família da vítima contratou um advogado para responsabilizar o motel por ter permitido a entrada de Jeniffer, visto que ela era menor de idade. O tio da jovem denunciou que, mesmo após sua morte, ela foi alvo de julgamentos nas redes sociais.

Carlos Alberto foi sentenciado a uma pena rigorosa, refletindo a gravidade do crime que chocou a cidade. Com a condenação, a comunidade espera que a justiça seja um alívio para a família de Jeniffer e que casos como esse sirvam de alerta para a importância da segurança e do cuidado com os jovens.

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Por Leo Soares
Contato – leonardo@newsic.com

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