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Por Carla Albuquerque

Em um mundo onde os telespectadores estão no controle, a tradicional arte da programação televisiva cede lugar à preferência do público, uma mudança enfatizada pela popularidade crescente dos programas de True Crime. Jim McKairnes, veterano da indústria televisiva, evidenciou essa transformação durante um encontro em Los Angeles, discutindo como o cenário do streaming relegou a experiência autêntica de assistir TV aos caprichos dos algoritmos.

A saída de figuras notáveis como Kevin Levy da CW simboliza a diminuição da importância dos programadores, um sentimento ecoado por McKairnes em suas reflexões escritas. Ele observa uma era emergente dominada pela curadoria e análise intensiva, enquanto a programação tradicional se atenua no retrovisor da inovação digital.

Apesar dessa evolução, profissionais como Noriko Gee Kelley e Steve Kern continuam a influenciar nas redes, navegando desafios inéditos e mantendo viva a essência da programação. Contudo, a era das guerras de horários acabou, com estratégias de programação agora mais ligadas ao poder dos showrunners do que à magia da contação de histórias no horário nobre.

Nesse ínterim, a TV aberta enfrenta uma metamorfose inevitável, caminhando para se tornar um reflexo do YouTube. A ausência nesse novo domínio digital significa perder legiões de espectadores, sublinhando a necessidade crítica de adaptação e inovação.

Um indicador do apetite do público por conteúdo controlado pelo usuário é o sucesso fenomenal de canais de YouTube especializados em true crime e investigação, como ‘Operação Policial’ e ‘Law and Crime’. Esses canais têm elevado o padrão de narrativas de crime real e investigações, atraindo massivas audiências globais e estabelecendo novos paradigmas para o conteúdo de crime verdadeiro.

A programação pode estar mudando, mas como a recente nomeação de Ryan Sharkey na CW indica, a indústria não está completamente pronta para abandonar suas raízes. No entanto, com espectadores clamando por autonomia e a ascensão de narrativas digitais interativas, é claro que estamos entrando em uma nova era da televisão – uma era onde o espectador é soberano.

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