Meses depois da morte de Maria Katharina Simões da Costa, uma menina de 10 anos que foi encontrada morta em Palmeira dos Índios, no interior de Alagoas, o pai dela, que não teve a identidade divulgada, foi denunciado pelo Ministério Público do estado. (Relembre o caso)
O caso aconteceu em 08 de julho, na propriedade da família, localizada em uma zona rural do município. No dia dos fatos, a menina estava brincando com o irmão mais novo no estábulo, até que o pequeno sofreu um corte e teve que ser levado pelos pais à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região.
Quando retornaram, encontraram Maria Katharina morta por enforcamento. Segundo o chefe de operações da delegacia regional, Diogo Martins, o corpo da menina não apresentava sinais de luta corporal, e no local não havia indícios da participação de uma outra pessoa.
Com base nisso, concluiu-se que a morte da criança se deu por suicídio. No inquérito inicial da Polícia Civil, ninguém foi indiciado, pois não foram encontrados elementos que indicassem cometimento de crime.
Porém, após o ocorrido, a mãe de Maria Katharina, identificada como Maria Virgínia, de 48 anos, pediu a separação do marido e uma medida protetiva contra ele, denunciando uma série de violências e maus-tratos cometidos pelo homem contra ela e as crianças.
Com isso, foi aberto um novo inquérito, para apurar se a menina era vítima de violência. Segundo o promotor Luiz Alberto de Holanda, as investigações revelaram uma prática constante de agressões físicas e verbais cometidas pelo pai contra os filhos.
Segundo o promotor, as crianças sofriam punições severas, chegando até a passar uma noite trancadas na baia de cavalos da propriedade, como forma de castigo. Baseando-se nesse contexto de violência física e psicológica ao qual Maria Katharina era submetida, concluiu-se que o pai induziu e instigou o suicídio da filha.
O inquérito foi encaminhado à 4ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira dos Índios, onde será analisado.
A defesa do pai da menina está a cargo do advogado Jailson Correia, que informou que aguardará a decisão judicial para se manifestar sobre a denúncia.
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Por Isabel Bergamin Neves
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