Igor Porto Galvão, fisiculturista de 31 anos, foi preso no dia 17 de maio, em Aparecida de Goiânia (GO), suspeito de espancar a esposa, Marcela Luise de Souza Ferreira, de 31 anos. O casal tinha uma união estável há 9 anos.
Marcela foi levada inconsciente ao Hospital Santa Mônica, onde Galvão afirmou que ela havia caído em casa. Segundo a Polícia Civil, a vítima estava em estado gravíssimo, permanecendo em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por mais de uma semana, até que faleceu na noite do dia 20, após 10 dias internada.
A vítima sofreu traumatismo craniano dos dois lados da cabeça, teve oito costelas quebradas, a clavícula fraturada e apresentava diversas escoriações pelo corpo. A mãe de Marcela, Maria Aparecida Freitas, disse que foi até o hospital sem saber o que havia acontecido com a filha, relatando ainda que chegou a abraçar o suspeito, a fim de lhe dar consolo.
“O Igor estava sentado no batente da casa dele. Eu sentei ao lado dele. Eu abracei esse homem. Eu pedi força para ele. Eu pedi para ele cuidar da minha filha”, relembrou a mãe da vítima, emocionada.
O caso está sendo investigado pela delegada Bruna Coelho, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Aparecida de Goiânia. Coelho explicou que o hospital acionou a polícia ao constatar múltiplas lesões incompatíveis com uma simples queda.
A investigação revelou que Galvão tem um histórico de violência doméstica, com antecedentes de agressão contra uma ex-namorada e contra a própria Marcela. A delegada solicitou a prisão preventiva do fisiculturista, que, conforme a Polícia Civil, vai responder por feminicídio tentado.
“Ele disse para a equipe médica que ela estava limpando a casa quando escorregou e caiu. Segundo ele, ela convulsionou e as lesões foram causadas pela queda. Então, ele deu um banho nela e a levou para o hospital, onde, de imediato, ela foi levada para uma cirurgia e depois para a UTI”, afirmou Coelho.
Câmeras de segurança registraram o momento em que Igor levou Marcela ao hospital, após a agressão. Nas imagens, divulgadas pela TV Anhanguera, o casal é visto deixando o condomínio onde moravam.
Os advogados de Galvão, Thiago Marçal e Gelicio Garcia, informaram que o suspeito passou por audiência de custódia na tarde do dia 20 e teve a prisão mantida. Eles disseram que o fisiculturista se manifestará sobre o processo somente após o depoimento.
A Polícia Técnico-Científica informou que utilizará imagens em 3D para detalhar as lesões no corpo de Marcela. As imagens, geradas por um aparelho de tomografia, permitirão que a perícia identifique precisamente cada lesão e fratura, como explicou Ricardo Matos, superintendente da Polícia Científica.
“Foi muito importante trazê-la, uma vez que o histórico trazia uma situação de uma única queda. Havia também o histórico de múltiplas fraturas. Então, localizar esses vestígios, a localização exata, a dimensão e a profundidade de cada fratura com a história que foi apresentada pelo suspeito, vai ser muito importante para que a nossa colega delegada possa concluir as investigações”, disse Matos à TV Anhanguera.
Natural de Anápolis (GO), Igor já atuou como fisiculturista profissional, tendo participado de várias competições. No entanto, ele acumulava um histórico de polêmicas e brigas no meio esportivo. Após deixar as competições, ele passou a trabalhar como nutricionista e educador físico, com foco no preparo de atletas. Ele e a vítima moraram em Brasília por alguns anos antes de se mudar para Goiás.
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Por Mai Moreira
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