O Promotor de Justiça do Paraná, Bruno Vagaes, descumpre medida protetiva concedida à ex-mulher, Fernanda Barbieri, 101 vezes. Ela diz não ter mais vida social.
Segundo Fernanda, as agressões físicas, verbais, patrimoniais e sexuais começaram há seis anos. Ela disse que precisou adotar o home office por não poder sair de casa, já que o ex-marido alugou uma casa próximo ao local onde ela mora, em Londrina, no Paraná.
O homem, que já atuou em casos de violência doméstica, ameaçava dar socos, jogou água quente no corpo da ex-mulher e dizia que ela poderia acordar e não ver mais a filha.
Em 2020, Bruno foi condenado a três anos e seis meses de prisão por um caso de importunação sexual, ocorrido em outubro de 2019, enquanto ela dirigia. No carro estavam a filha, na época com 2 anos, e um amigo dele.
Naquela ocasião, foi concedido medida protetiva para Fernanda, porém, uma quebra de sigilo no próprio telefone da vítima e de seus parentes revelou que Bruno havia enviado, ao menos, 49 mensagens, algumas delas com insultos.
No ano seguinte, ele teria praticado novas ameaças e chegou a oferecer R$ 30 mil para que ela retirasse a denúncia.
A prisão preventiva, decretada em julho de 2020, havia sido elevada para quatro anos por conta dos descumprimentos das medidas. A defesa pediu prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica e foi atendida. O homem ainda teve direito a 30 dias de férias.
Em setembro do mesmo ano, o Ministério Público pediu a revogação da prisão, com o argumento de que Bruno havia percebido o quão censurável tem sido seu comportamento em relação à ex-mulher e que a prisão seria restabelecida em caso de novas ocorrências.
O Ministério Público do Paraná acompanha o caso através da Subprocuradoria Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos.
Por Cláudia Nakazato