Dois indivíduos foram detidos no dia 10 de maio, em Manaus, sob suspeita de envolvimento em casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Segundo informações fornecidas pela Polícia Civil do Amazonas, a dupla também é acusada de compartilhar planos para realizar relações sexuais sem proteção, com o intuito de transmitir o vírus HIV.
Os suspeitos, que têm 21 e 31 anos, foram capturados durante uma operação policial. Conhecidos como “carimbadores”, eles admitiram ter praticado relações sexuais sem revelar sua condição sorológica, conforme apontaram as investigações.
De acordo com a titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Joyce Coelho, as investigações tiveram início há dois anos, com uma denúncia anônima originada em uma assistência técnica de celulares. Na ocasião, um informante relatou à equipe policial a existência de uma conversa comprometedora entre os dois suspeitos, na qual confessavam estupros e abusos.
“Na época a gente não pôde concluir a investigação, porque o celular não foi encontrado para ser apreendido. O que havia eram alguns prints que a suposta assistência técnica teria feito”, informou Coelho.
A delegada também revelou que as investigações foram retomadas em dezembro de 2023, após a Polícia Federal receber uma denúncia semelhante. A partir daí, as autoridades intensificaram as averiguações, resultando na identificação dos dois indivíduos.
As autoridades também descobriram que os suspeitos compartilhavam, por meio de trocas de mensagens, conteúdo pornográfico, além de detalhes sobre os abusos sexuais cometidos contra menores, com o objetivo de transmitir o vírus HIV ou a Aids.
“Tudo indica que essas conversas, esses grupos, realmente são feitos a partir do aparelho celular. Então, essa operação foi bastante exitosa, inclusive no sentido de confirmar a autoria dos fatos. Eles de fato são os interlocutores dessas conversas”, afirmou a delegada.
Além disso, foi identificado o modus operandi da dupla, que compartilhava informações sobre suas preferências sexuais.
“Com o decorrer dessa investigação, poderemos identificar vítimas, uma vez que, no teor dessas conversas, eles falavam a sua preferência por crianças, quanto mais novas, melhor, inclusive abordagens que poderiam ser feitas em locais públicos ou privados, inclusive em banheiros de shoppings”, destacou Coelho.
Os suspeitos foram detidos, e os dispositivos celulares, bem como outros objetos com armazenamento de mídia, foram apreendidos pela polícia. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos envolvidos, resultando na coleta de materiais de mídia e evidências dos crimes. Além disso, as investigações tiveram acesso irrestrito aos dispositivos celulares dos suspeitos, onde as conversas aconteciam.
Ambos serão processados pelos crimes de estupro de vulnerável e exploração sexual infantil por meio de pornografia. Eles serão submetidos a audiência de custódia e permanecerão à disposição da Justiça.
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Por Mai Moreira
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