Pesquisar
Imagem ilustra a suspeita

A fim de esclarecer a morte de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, que foi levado morto a uma agência bancária pela sobrinha, Érika Souza Vieira, de 43 anos, na tarde do dia 16 de abril, testemunhas foram ouvidas pela polícia (Relembre o caso). De acordo com o depoimento do motorista de aplicativo que levou a sobrinha e o tio ao banco, o homem estava vivo no trajeto. 

O motorista relatou às autoridades que foi acionado às 12h26min do dia 16. Segundo ele, o idoso não andava e foi colocado no carro pela suspeita, por um homem e por uma das filhas da mulher, porém diz ter percebido que Paulo respirava e tinha forças nas mãos, visto que segurou a maçaneta do veículo. 

Foram ouvidos também funcionários do banco e o médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que atendeu à ocorrência. Todos afirmaram que Paulo estava morto. 

De acordo com a perícia, a morte pode ter ocorrido até 7 horas antes do momento da filmagem na agência bancária. Já o laudo de necropsia do Instituto Médico Legal, assinado pelo perito Leonardo Dias Ribeiro, aponta que a morte ocorreu entre 11h30min e 14h do dia 16, de modo que o homem pode ter falecido antes ou depois de entrar no banco, visto que ele e a sobrinha foram vistos adentrando o local às 13h02min.

O documento descreve que foram identificados no falecido sinais de edema pulmonar (líquido no pulmão) e falência cardíaca por doença isquêmica prévia, identificando a causa da morte como “broncoaspiração do conteúdo estomacal (aspiração de conteúdo do estômago para o interior das vias respiratórias) e falência cardíaca”. 

As autoridades aguardam os exames toxicológicos para identificar se há presença de medicamentos ou outras drogas no corpo do idoso, o que pode ter contribuído para a morte. O delegado Fábio Souza diz acreditar que Érika sabia que o tio estava morto quando eles entraram na agência.

A defesa da mulher afirma que o idoso chegou vivo ao banco e que Érika faz uso de remédios controlados e necessita de tratamento psicológico. A advogada de defesa, Ana Carla de Souza Correa, disse acreditar que Érika estava em surto naquele momento, por causa dos medicamentos, e por isso não percebeu a morte do homem. 

Em depoimento, a suspeita alegou que uma semana antes o idoso havia passado mal e teria sido socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bangu, ficando internado por cerca de 5 dias, com quadro de pneumonia. A UPA confirmou a informação. 

A mulher também relatou aos policiais que foi o idoso quem havia solicitado o empréstimo de R$ 17 mil, tendo feito o pedido no dia 25 de março e informando a sobrinha do fato apenas quando recebeu alta da UPA. Paulo teria dito a ela que gostaria de comprar uma televisão e reformar a casa onde morava, em Bangu.

A relação de parentesco de Érika e Paulo foi confirmada pela polícia, através de documentos oficiais que dizem que eles são primos. A mulher passará por audiência de custódia no dia 18 de abril, às 13h.

O programa Investigação Criminal irá realizar uma live sobre o caso em seu canal do Youtube, no dia 23 de abril às 14h00.

____________________

Por Mai Moreira

Contato: maimoreira@newsic.com.br

Compartilhe:

Notícias relacionadas