Vigilante de clínica de saúde mental estupra paciente sedada

Ilustra o suspeito em ação

Durante a madrugada do dia 17 de novembro de 2023, uma câmera de segurança da clínica de saúde mental particular Reluzir, em Camaragibe, no Grande Recife, registrou um vigilante estuprando uma paciente sedada. Seis meses depois, o suspeito foi indiciado pela Polícia Civil, mas segue foragido desde o cometimento do crime.

A vítima é uma mulher de 30 anos, que estava internada havia quatro dias para um tratamento de depressão. No momento do crime, ela estava sozinha em uma ala da clínica. O funcionário, que trabalhava no local havia 2 meses, entrou na ala onde a paciente estava por volta das 04h26 da manhã e cometeu o estupro, passando a mão em diversas partes do corpo da mulher. 

A advogada da família da vítima, Maria Eduarda Albuquerque, conta que a paciente havia sido medicada, mas estava acordada no momento do estupro. Sem conseguir reagir, a vítima relata que somente pôde fechar os olhos e esperar que a agressão terminasse.

Depois que o homem saiu da ala, a mulher passou o resto da madrugada sozinha no mesmo local. A clínica só tomou ciência do ocorrido pela manhã, durante as consultas de rotina. Com o relato da paciente, constataram o fato pelas câmeras de segurança e demitiram o funcionário no mesmo dia, mas não acionaram a polícia. Posteriormente, quando a clínica entregou os dados do homem às autoridades, ele já estava foragido.

Após a agressão, a vítima passou o dia chorando e pedindo que ligassem para a sua família, o que só foi feito às 20h30. Na ligação, a clínica não informou o motivo do contato aos familiares, e eles só puderam comparecer ao local na manhã do dia seguinte, quando foram notificados sobre o ocorrido.

A família, então, registrou um Boletim de Ocorrência e levou a vítima para casa. Segundo relatos da advogada, o quadro de saúde da mulher se agravou muito depois do ocorrido, com medo constante, tentativas de suicídio e a necessidade de nova internação, em outra clínica.

O inquérito do caso foi concluído nesta semana pela Polícia Civil. O vigilante, que permanece foragido, foi indiciado por estupro de vulnerável, e o caso foi encaminhado para o Ministério Público de Pernambuco. Além disso, consta no inquérito que um técnico de enfermagem da clínica foi indiciado por omissão de socorro, pois ele teria visto o crime e não teria feito nada a respeito.

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Por Isabel Bergamin Neves
Contato: maimoreira@newsic.com.br

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