No dia 23 de agosto, dois irmãos, de sete e oito anos, foram hospitalizados em estado grave, depois que comeram cajus e passaram mal. A vizinha das crianças, Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, foi presa, suspeita de ter envenenado as frutas propositalmente. O caso aconteceu em Parnaíba, no litoral do Piauí.
Segundo a mãe das crianças, no dia do ocorrido o filho mais velho chegou em em casa com um saco de cajus, dizendo que havia sido dado pela suspeita. Momentos depois que os irmãos comeram as frutas, começaram a passar mal. Conforme o relato da mãe, eles estavam roxos, com a língua preta, salivando e vomitando.
Os dois foram encaminhados ao Hospital Nossa Senhora de Fátima, onde tiveram que ser entubados. Posteriormente, precisaram ser transferidos para o Hospital de Urgência de Teresina, onde foram internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave de saúde.
No dia 28 de agosto, o irmão mais novo, identificado como João Miguel, teve morte encefálica e acabou falecendo. O mais velho permanece internado na UTI, ainda em estado grave.
Depois que a família das crianças acionou a polícia, a população local atirou pedras contra a casa da suspeita e, horas depois, ateou fogo no imóvel. Lucélia foi presa em flagrante, acusada de tentativa de homicídio qualificado, e teve a prisão preventiva decretada no dia 25 de agosto.
Em depoimento, ela negou o crime, dizendo que está sendo culpada apenas porque as pessoas não gostam dela. Segundo as autoridades, ela tem um histórico de brigas com os moradores da região, que a acusam de envenenar animais da vizinhança.
Suspeita-se que a motivação do crime seja o fato de as crianças estarem brincando e fazendo barulho perto da casa da mulher.
Durante as buscas da polícia na residência dela, foram encontrados dois tipos de veneno, os quais ela disse que são para matar apenas ratos e insetos. Além disso, foi apreendido um saco de cajus, que deve passar por exames periciais. No entorno da casa, os agentes ainda encontraram um gato morto, com sinais de envenenamento.
Lucélia está presa na Penitenciária Mista da Cidade, e o caso continua sendo investigado.
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Por Isabel Bergamin Neves
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