Por Mai Moreira
A mãe, o tio e a tia de uma criança de 2 anos, que não tiveram as suas identidades reveladas, foram presos em flagrante no dia 25 de setembro, suspeitos de forjar o sequestro do menino.
A mãe da criança, de 20 anos, afirmou nas redes sociais que o filho havia sido raptado no bairro Campo Novo, na Zona Sul de Porto Alegre. Ela alegou que por volta das 23 horas do dia 21 de setembro, enquanto aguardava um transporte por aplicativo, um veículo branco teria estacionado próximo a ela e à criança, e uma pessoa teria retirado o menino de seu colo e, em seguida, dito: “Eu te avisei”.
Porém, durante as investigações, foram apuradas contradições nos depoimentos e informações desencontradas. Após uma análise realizada no histórico das ligações telefônicas e mensagens de texto, o trio confessou à polícia que mentiu sobre o sequestro.
Por meio de uma coletiva de imprensa, a Polícia Civil informou que uma disputa judicial pela guarda de uma outra criança, um menino de 6 anos, motivou as três pessoas a cometerem o crime. As duas crianças são primas.
Em depoimento à polícia, na sexta-feira, dia 22 de setembro, a mãe do menino de 2 anos alegou que o autor do sequestro de seu filho seria o seu ex-cunhado. As investigações acreditam que a motivação do caso seja vingança, de modo que os envolvidos estariam tentando prejudicar o ex-companheiro da tia, pois ele e a ex-mulher estão disputando a guarda da criança de 6 anos.
Os três suspeitos foram detidos no dia 24 de setembro, mas foram soltos no mesmo dia por determinação judicial. As duas mulheres e o homem vão responder em liberdade pelos crimes de denunciação caluniosa e associação criminosa.
Além disso, o caso foi enquadrado no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o qual criminaliza o ato de “submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento”.
O menino de 2 anos foi encontrado em uma casa na Vila Vale do Salso, no bairro Restinga, sob a guarda de um homem e uma mulher que relataram à polícia terem recebido R$ 300 para cuidar da criança por alguns dias.
No momento, ambas as crianças estão sob os cuidados da avó materna. De acordo com a diretora da Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca), a delegada Caroline Bamberg Machado, foi entendido que a retirada das crianças do ambiente familiar apenas geraria mais um trauma para elas.
“O Conselho Tutelar acompanha o caso e, se necessário, tomará as providências posteriores”, finalizou a diretora.