Chacina em Paranoá: a morte de uma família inteira por dinheiro

Imagem ilustra vítimas.

Por Leo Soares
Contato – leonardo@newsic.com.br

No dia 12 de janeiro de 2023, a cabeleireira Elizamar da Silva e seus três filhos desapareceram misteriosamente, dando início a um pesadelo que se desdobrou em uma das maiores tragédias recentes no Distrito Federal. O caso, que teve desfechos perturbadores, envolve uma série de crimes brutais e uma trama macabra.

No dia seguinte ao desaparecimento, o carro de Elizamar foi encontrado carbonizado, contendo os corpos da mãe e de seus três filhos. O mistério teve desdobramentos no dia 14 de janeiro daquele ano, quando outro veículo, pertencente a Marcos Antônio Lopes de Oliveira, sogro de Elizamar, foi localizado também carbonizado, com outros dois corpos dentro, identificados posteriormente como sendo de Renata Juliene Belchior, esposa de Marcos, e Gabriela Belchior, filha de Renata e Marcos.

A investigação policial ganhou contornos sombrios no dia 17 de janeiro de 2023, quando Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa e Fabrício Silva Canhedo foram presos como suspeitos pelas mortes. No entanto, o caso tomou novos rumos com a descoberta de um cativeiro, onde um corpo esquartejado foi encontrado, confirmando o envolvimento de mais criminosos.

A tragédia tomou proporções ainda maiores dois dias depois, no dia 19 de janeiro, quando a polícia confirmou a morte de Elizamar e seus filhos e identificou o corpo encontrado no cativeiro como sendo de Marcos Antônio. 

O pesadelo continuou se desenrolando nos dias seguintes, de forma que, no dia 24 de janeiro, a polícia encontrou mais três corpos em uma cisterna, em Planaltina, identificando as vítimas como Thiago Gabriel, marido de Elizamar e filho de Marcos Antônio, Cláudia Regina, ex-mulher de Marcos Antônio, e Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Marcos Antônio. No mesmo dia, um adolescente de 17 anos envolvido foi levado à delegacia.

No dia 25 de janeiro, um homem chamado Carloman dos Santos Nogueira se entregou à polícia, e, no dia seguinte, ocorreu a prisão de mais um suspeito, Carlos Henrique Alves da Silva, conhecido como Galego.

O modus operandi inicial dos criminosos envolveu simular um assalto na chácara da família, culminando no sequestro de Marcos, Renata e Gabriela. Infelizmente, a reação de Marcos resultou em sua morte, seguida por um verdadeiro calvário para os demais membros da família. 

A trama incluiu torturas, transferências bancárias forçadas e, até mesmo, a intenção de assassinar uma 11ª pessoa da família que não compareceu à chácara na ocasião. A polícia não descartou a ocorrência de violências sexuais contra as mulheres mantidas em cativeiro, o que evidencia a crueldade dos criminosos.

Atualizações de 03 de fevereiro de 2023 revelaram que a chácara em questão não pertencia à família, sendo motivo de disputa judicial. O terreno estava vinculado à família de Álvaro Pedro Cardoso Ávila, que reivindica a propriedade desde 1982.

O Ministério Público do Distrito Federal denunciou os cinco suspeitos por 102 crimes relacionados ao assassinato das 10 vítimas, apontando penas que somam de 211 a 380 anos de prisão.

Os desdobramentos do caso destacam um cenário preocupante na região, com a chácara sendo alvo de grileiros e disputas territoriais, acrescentando uma camada de complexidade ao caso. 

O horror dessa chacina permanecerá na memória do Distrito Federal, deixando uma comunidade enlutada e chocada com a brutalidade humana. A justiça agora seguirá seu curso, buscando punir os responsáveis por essa tragédia inimaginável.

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