Na tarde do dia 31 de outubro de 2022, a cidade de Curitiba foi palco de uma tragédia que deixou a comunidade atônita. Aos 29 anos, Suellen Helena Rodrigues foi brutalmente assassinada a tiros na frente de seus filhos, de 10 e 7 anos.
O principal suspeito, ex-companheiro dela e pai das crianças, o advogado e ex-policial civil Jaminus Quedaros de Aquino, de 59 anos, cometeu o crime no momento em que a mulher deixava os filhos na escola, no bairro Uberaba. Suellen não resistiu aos ferimentos e faleceu no local, diante do olhar traumatizado das crianças.
O caso, que corre sob sigilo de Justiça, revela um histórico de relacionamento abusivo entre Suellen e Jaminus. A jovem enfrentava uma série de restrições impostas pelo ex-companheiro, que a impedia de estudar, trabalhar, visitar a família e fazer amigos. O valor mensal oferecido por Jaminus para o sustento dela e dos filhos era irrisório: apenas 200 reais.
Antes do fatídico evento, Suellen já havia enfrentado episódios de violência nas mãos de Jaminus. Em setembro de 2022, ela realizava um atendimento profissional na casa de sua irmã, acompanhada por seus filhos e pelo neto de Jaminus, quando foi agredida verbalmente pelo homem, que exigia a presença imediata do neto.
O histórico agressivo fez com que Suellen levasse o menino acompanhada de sua irmã, para evitar confrontos. A situação se agravou quando Jaminus ameaçou matar Suellen, afirmando que isso lhe levaria apenas dois segundos. A irmã, Lucielly, interveio, impedindo a agressão e levando a jovem à delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência.
A vítima, temendo por sua segurança e a das crianças, buscou uma medida protetiva, que foi deferida pelo juiz de Prudentópolis (PR), onde o casal residia anteriormente. Mesmo mudando-se para Curitiba, a fim de fugir dos abusos, Suellen continuou sendo perseguida por Jaminus.
A vítima, portanto, já havia tomado medidas para se proteger do agressor, como a solicitação da medida protetiva. Havia, inclusive, um mandado de prisão pendente contra Jaminus pelo descumprimento dessa medida, mas, devido ao período eleitoral, a prisão não pôde ser efetuada.
O fatídico desfecho ocorreu no primeiro dia de aula das crianças, quando o suspeito, aparentemente ciente da localização da nova escola dos filhos, surpreendeu Suellen no trajeto. Informações do processo indicam que as crianças imploraram para que o pai não matasse a mãe, mas o autor não só cometeu o feminicídio como chutou o corpo de Suellen após ela cair no chão.
Depois do ato, Jaminus fugiu em alta velocidade, jogando peças-chave do crime pela janela do carro, incluindo a arma utilizada, que posteriormente foi encontrada e vendida por um carrinheiro. O comprador foi preso, e a arma foi encaminhada para confronto balístico, confirmando compatibilidade com os projéteis que atingiram Suellen.
Jaminus se entregou à polícia depois de quatro dias foragido e está detido desde 03 de novembro de 2022. Ele foi indiciado por homicídio qualificado, com a agravante de feminicídio. As crianças foram acolhidas pelo Conselho Tutelar e encaminhadas aos cuidados dos avós maternos.
O caso de Suellen Helena Rodrigues lança luz sobre a gravidade da violência de gênero e a urgência de medidas preventivas para proteger mulheres vítimas de relacionamentos abusivos.
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Por Leo Soares
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