Por Mai Moreira
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Um inquérito concluído pelas autoridades britânicas comprovou que David Fuller, de 69 anos, abusou de mais de 100 cadáveres nos hospitais em que trabalhou, e “falhas graves” nos estabelecimentos impediram que ele fosse detectado.
David foi preso em dezembro de 2020, ao ser identificado por meio do seu DNA como o principal suspeito pelo assassinato de duas jovens, Wendy Knell e Caroline Pierce, em 1987, em Tunbridge Wells, no sudeste da Inglaterra. Ele agrediu sexualmente e estrangulou as duas meninas.
Durante as investigações do duplo homicídio, a polícia revistou a casa do suspeito e encontrou diversas imagens e vídeos de estupros cometidos por ele em necrotérios. Entre 2007 e 2020, ele abusou de, pelo menos, 101 corpos de mulheres e meninas nos hospitais de Kent, com idades entre 9 e 100 anos.
O criminoso visitou necrotérios 444 vezes em um ano. Por ter trabalhado como supervisor de manutenção em hospitais durante três décadas, ele conseguia acesso aos lugares usando seu cartão magnético de funcionário. O homem escolhia horários em que os colegas de trabalho haviam ido para casa e os locais ficavam sem vigilância.
Em 2021, Fuller, que é natural de Heathfield, no condado de East Sussex, foi condenado a duas penas de prisão perpétua pelo assassinato de Wendy e Caroline, e a 16 anos de prisão por abuso de cadáveres.
O inquérito fez 17 recomendações para prevenir “atrocidades semelhantes”. O presidente-executivo do fundo que administra o hospital, Miles Scott, respondeu ao relatório e informou que grande parte das recomendações estão sendo realizadas desde a prisão de Fuller, e que as demais sugestões serão implementadas o mais rápido possível.