Investigação descobre serial killer em Alagoas

imagem ilustra o suspeito

Depois de meses de investigação, as autoridades de Alagoas identificaram um assassino em série responsável por pelo menos dez mortes em Maceió. Albino Santos de Lima, de 42 anos, está preso desde o dia 17 de setembro.

Tudo começou com o assassinato de Ana Beatriz, uma menina de 13 anos, que foi perseguida e morta com um tiro na cabeça no dia 26 de agosto. Durante as buscas pelo autor, a Polícia Civil divulgou imagens de câmeras de segurança que mostram um homem caminhando próximo ao local do crime. Ele vestia roupas pretas e um boné.

Depois que testemunhas apontaram Albino como o homem do vídeo, buscas em sua casa levaram ao encontro das roupas mostradas na gravação, além de uma pistola calibre 380 e munições. Com isso, ele acabou preso.

Albino Santos de Lima era funcionário terceirizado do sistema prisional de Alagoas, mas estava afastado do cargo por ter sofrido um acidente de moto. Ele morava junto com o pai, um policial militar aposentado.

Com a apreensão da pistola encontrada na casa, peritos da Polícia Científica confirmaram que outras nove pessoas assassinadas na capital foram mortas por disparos da mesma arma. Assim, perceberam que se tratava de um assassino em série, possivelmente o maior já visto no estado até hoje.

A apreensão do celular de Albino fortaleceu as suspeitas. No aparelho, os investigadores encontraram fotos das vítimas, posicionadas ao lado de calendários marcando a data de cada assassinato. Além disso, havia registros da lápide de uma das pessoas mortas e prints de matérias sobre os crimes. Esses materiais estavam organizados em duas pastas, intituladas “odiada Instagram” e “mortes especiais”.

Ainda, em uma das pastas foram encontradas fotos de pessoas que estão vivas, levantando suspeitas de que poderiam ser as próximas vítimas do assassino.

Apesar de inicialmente ter negado os crimes, Albino acabou confessando ser o autor de oito dos dez assassinatos. Segundo ele, os homicídios teriam sido cometidos porque as vítimas tinham envolvimento com o crime organizado.

Porém, o delegado Gilson Rego, que participa das investigações, desmentiu o fato, afirmando que nenhuma das vítimas tem ligação com crimes. 

Ainda, a delegada Tacyane Ribeiro, que também trabalha no caso, disse que, das dez vítimas identificadas, três são homens e sete são mulheres. Entre estas, identificou-se um padrão físico: todas são jovens, morenas e têm cabelo cacheado. A delegada disse acreditar que o suspeito tenha alguma obsessão por essas jovens, possivelmente motivada por uma rejeição sofrida no passado.

Segundo ela, Albino não demonstra qualquer arrependimento pelos assassinatos cometidos e, ainda, revelou que tinha planos para novas execuções.

Todos os crimes associados a ele até o momento foram cometidos a uma distância de, no máximo, 800 metros de sua casa. Com essas descobertas, a polícia pretende reabrir inquéritos de homicídios cometidos na região em 2019 e 2020, pois acredita-se que o sujeito possa ser responsável por mais mortes.

A defesa de Albino está a cargo de Geoberto Bernardo de Luna. À imprensa, o advogado disse que seu cliente é uma pessoa doente e reforçou que, mesmo se for confirmado como um serial killer, ele tem direito à defesa.

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Por Isabel Bergamin Neves
Contato: investigacao@medialand.com.br

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