Uma mulher de 42 anos, que não teve a identidade divulgada, foi presa no dia 16 de outubro, em Porto Alegre, suspeita de ter assassinado uma jovem grávida de nove meses, aberto o ventre dela e pegado o bebê para si.
O caso foi descoberto no dia 14 de outubro, depois que vizinhos da suspeita acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo fato de que ela supostamente havia entrado em trabalho de parto no seu apartamento. No local, os socorristas encontraram uma cena de parto montada, com sangue espalhado pela sala e o bebê entre as pernas da mulher.
Os dois foram levados ao Hospital Conceição, mas a criança chegou ao local sem vida. A equipe médica insistiu que a mulher passasse por exames e, depois de algumas negativas, ela acabou aceitando. Com isso, foi constatado que ela não havia parido aquele bebê.
A polícia foi acionada e, durante as investigações, realizou uma perícia no apartamento da suspeita, até que o corpo de Paula Janaína Ferreira Melo, de 25 anos, foi encontrado enrolado em cobertores e sacos plásticos, embaixo de uma cama.
A vítima apresentava lesões na cabeça, que foram apontadas como a causa da morte, e uma incisão no abdômen, revelando a cesárea feita pela acusada para roubar o bebê.
Segundo apurações da Polícia Civil, a suspeita morava no mesmo condomínio que a mãe de Paula. Assim, ela sabia que a vítima estava grávida e planejou o crime, atraindo a jovem até o seu apartamento.
A mãe de Paula, Gladis Beatriz Ferreira, de 63 anos, disse em entrevista que a mulher se aproximou de sua filha há cerca de dois meses, oferecendo presentes para a gestação. No dia dos fatos, a vítima disse a conhecidos que iria buscar um carrinho de bebê, e foi ao apartamento da suspeita.
Graziela Zanelli, delegada à frente do caso, explicou que a acusada tem um histórico de tentativas de gestação malsucedidas, tendo cometido o crime para criar o bebê como se fosse seu.
Além de já ter comprado um enxoval para a criança, a suspeita teria planejado a data do assassinato para que o bebê nascesse no dia do seu aniversário, 14 de outubro. Além disso, ela estava mentindo para parentes desde agosto, dizendo que estava grávida.
A mulher é casada, e o seu marido foi ouvido pelas autoridades, alegando que, de fato, acreditava que a esposa estivesse grávida. Ele prestou depoimento e foi liberado, mas a sua participação no crime segue sendo investigada.
Na tarde do dia 16 de outubro, a suspeita passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada. Ela deve responder por homicídio, ocultação de cadáver e aborto. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
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Por Isabel Bergamin Neves
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