No dia 07 de outubro, a Polícia Civil de Minas Gerais divulgou o indiciamento de um homem de 54 anos, suspeito de ter praticado diversos crimes contra a própria família durante mais de duas décadas, na zona rural de Novo Oriente de Minas, cidade vizinha de Teófilo Otoni.
Segundo as autoridades, o homem manteve refém a esposa, de 40 anos, os sete filhos do casal, de idades entre três e 22 anos, e a sogra, já falecida. As investigações começaram há cerca de um mês, quando uma das filhas procurou a polícia para denunciar a situação.
Segundo a delegada Hérika Sena, a esposa do suspeito viveu sob cárcere privado durante praticamente todo o tempo em que esteve com ele, a tal ponto que nenhum vizinho a conhecia e seus parentes não conseguiam contatá-la. A mulher só podia sair de casa para receber o benefício do governo, e, na maioria das vezes, era acompanhada pelo homem.
Além disso, o suspeito abusava sexualmente da esposa, tendo forçado ela a ingerir medicamentos para abortar em três ocasiões. Conforme relatos da delegada, os fetos abortados foram enterrados no quintal da casa, um deles estando com oito meses de gestação.
Ainda, descobriu-se que o homem também forçou uma de suas filhas a abortar, mas o procedimento não teve sucesso. O feto nasceu com seis meses de vida e foi socorrido por uma parteira. Porém, quando os restos mortais enterrados no quintal foram recuperados, encontrou-se uma roupinha de bebê, dando a entender que essa criança acabou morrendo.
Os abusos sexuais cometidos pelo homem também se estendiam também para a sogra e para as filhas. Segundo Hérika, o pai chegou a furar uma parede da casa para observar a intimidade das meninas.
De acordo com a Polícia Civil, a sogra do homem faleceu por negligência dele, visto que contraiu uma doença e não pôde receber assistência médica.
Ao todo, o suspeito foi indiciado por cárcere privado, estupro de vulnerável, violência psicológica, aborto e ocultação de cadáver. Ele nega as acusações, alegando ser um pai carinhoso e atencioso com a família, mas permanece preso preventivamente.
A esposa vitimada e os seus filhos menores de idade estão sob proteção em outro estado.
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Por Isabel Bergamin Neves
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