No dia 12 de novembro, ocorreu a primeira audiência de instrução de Érika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, que, no dia 16 de abril deste ano, levou o tio morto ao banco para sacar um empréstimo.
Érika foi denunciada pelo Ministério Público do estado e responde por estelionato e vilipêndio de cadáver, isto é, desrespeito com os restos mortais de uma pessoa.
Na ocasião dos crimes, a ré levou Paulo Roberto Braga, de 68 anos, até uma agência bancária. Com o idoso em uma cadeira de rodas, ela se apresentou como sua sobrinha e solicitou a retirada de um empréstimo de R$ 17 mil em nome dele.
Porém, funcionárias da agência estranharam a aparência do homem, que parecia estar inconsciente, sem nem conseguir assinar os documentos. Quando equipes de atendimento médico foram acionadas, constatou-se que o idoso estava morto.
Érika foi presa em flagrante no mesmo dia. Em 02 de maio, ela teve a prisão revogada e passou a responder em liberdade, precisando cumprir medidas cautelares.
Em outubro, a defesa tentou adiar a audiência, alegando que a ré passaria por uma cirurgia naquele mês e dizendo que ela estava com a saúde mental debilitada. Apesar disso, a juíza responsável pela sessão, Yedda Assunção, indeferiu o pedido e manteve a data.
A audiência começou às 13h, na 2ª Vara Criminal de Bangu, no Rio de Janeiro, e foi fechada para a imprensa.
Conforme informações veiculadas, Érika não compareceu à sessão, pois está internada em uma clínica psiquiátrica. A defesa, a cargo da advogada Ana Carla Correa, pediu a nulidade do processo, alegando que a denúncia de estelionato feita pelo Ministério Público não indicou representante da vítima, que está morta, sendo essa representação exigida pela lei.
Além disso, a advogada argumentou que a acusação de vilipêndio de cadáver não tem respaldo nos fatos. Segundo ela, esse crime envolve intenção, e isso não foi identificado na conduta da ré, por conta do seu estado de saúde mental.
Na sessão, foram ouvidas seis testemunhas da acusação e uma da defesa. A continuação da audiência foi marcada para o dia 18 de fevereiro de 2025, quando novas testemunhas serão ouvidas.
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Por Isabel Bergamin Neves
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