Ela foi morta quando só queria andar de bicicleta 

Imagem ilustra vítima e o suspeito

No dia 08 de setembro de 2021, uma pequena comunidade em João Pessoa, na Paraíba, foi abalada pela descoberta do corpo de Anielle Suelen Teixeira, uma criança de apenas 11 anos, em uma mata no bairro de Miramar. O desaparecimento da menina, que ocorreu três dias antes, teve desdobramentos chocantes, envolvendo abuso, homicídio e uma série de eventos que marcam a triste narrativa.

Anielle, uma menina de personalidade meiga, era conhecida por sua alegria e seu envolvimento na comunidade. Ela era muito próxima de sua mãe, Cinthia, que trabalhava em um quiosque na orla da praia. A família, de vida simples, enfrentava o cotidiano comum de quem busca a felicidade em meio às dificuldades. Anielle era ótima aluna, cantava na igreja e costumava acompanhar o dia a dia da mãe no quiosque junto de seus seis irmãos.

O último dia da pequena Anielle foi registrado em 04 de setembro de 2021. Um sábado comum, em que a família desfrutou da praia de Cabo Branco, onde a mãe trabalhava. Contudo, a noite chegou, e o alto valor do transporte por aplicativo impediu que a família retornasse para casa. Eles optaram por passar a noite em um quiosque, onde Cinthia se sentia segura, uma vez que conhecia todos ao redor.

Na madrugada de domingo, a mãe foi surpreendida pela filha mais nova, que informou que Anielle havia saído para andar de bicicleta com um homem. Desconfiada, Cinthia iniciou uma busca frenética pela menina, contando com a ajuda de outros frequentadores da praia. 

O desaparecimento foi comunicado à polícia somente na noite de domingo, pois uma rede de conhecidos desencorajou a mãe a registrar a ocorrência, alegando que a menina poderia estar brincando em algum lugar. No entanto, a intuição materna prevaleceu, e o relato de uma câmera de segurança revelou um homem se aproximando de Anielle na madrugada anterior.

O sujeito filmado pelas câmeras de segurança foi identificado como Alex, ex-funcionário de um quiosque local. A mãe reconheceu Alex e, confrontando-o, gerou a fuga do homem. Com o registro da ocorrência e o desenrolar do trabalho policial, foi revelado que ele já tinha antecedentes de estupro e agressão sexual

No dia 08 de setembro, uma ligação anônima indicou a localização de Anielle em uma mata próxima ao “Forrozão”. A descoberta do corpo, com sinais de abuso e luta corporal, gerou revolta na comunidade. A população invadiu a casa de Alex, mas ele já havia fugido para Pernambuco.

Uma intensa perseguição resultou na prisão de Alex, que inicialmente negou o crime. No entanto, após depoimentos, ele confessou o assassinato, alegando ter agido sob efeito de drogas e movido pela raiva, mas persistindo em negar ter abusado da vítima.

Mesmo com a alegação contraditória do suspeito, as condições em que o corpo da menina foi encontrado evidenciaram a ocorrência de abuso, levando-o a ser indiciado também por estupro de vulneável. Em 06 de fevereiro de 2023, Alex foi condenado a 33 anos de prisão. Durante o processo, surgiram diversas controvérsias, incluindo o financiamento anônimo da defesa do acusado e alegações por parte dele de que teria confessado sob coações policiais.

A tragédia de Anielle Suelen Teixeira deixa uma cicatriz profunda em João Pessoa, ressaltando a urgência de medidas efetivas contra crimes hediondos e o papel da comunidade em proteger seus membros mais vulneráveis.

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Por Leo Soares
Contato – leonardo@newsic.com

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